quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Parabéns




Li a notícia e vi a entrevista na SIC, dois conheço-os bem, uma foi minha aluna, a Mara. A prontidão da entrega aos outros é o que falta a muitos que querem enveredar pela medicina.


Amputámos pé a menino

Sismo: Quatro estudantes portugueses de Medicina ajudam sobreviventes

"Tudo nos impressionou, especialmente porque os feridos nunca tinham recebido tratamento desde o sismo." É assim que Marta Saraiva, estudante portuguesa de Medicina na República Dominicana, descreve o cenário que encontrou no hospital de campanha de Jimani, na fronteira daquele país com o Haiti, onde está a prestar auxílio aos sobreviventes do violento sismo que matou entre 40 a 100 mil pessoas.

Marta partiu anteontem da capital dominicana, Santo Domingo, com três colegas portugueses e professores da Faculdade de Medicina. A equipa de profissionais de saúde, num total de dez, foi a primeira a chegar àquela zona.

'Eram casos complicados, com feridas que precisavam de cuidados diários', explica Marta. O hospital de campanha, diz, é muito improvisado. Aproveitou-se as instalações de dois edifícios, entre eles um colégio, para se fazer as cirurgias e as observações pós-operatórias. A maior parte do pouco material que têm foi doada por outros países. Mas a ajuda internacional ainda não parou. 'Estava previsto chegarem hoje [ontem] dez toneladas de medicamentos e equipamento médico vindos de Miami, nos EUA', conta.

A equipa foi reforçada anteontem com a chegada de 200 estudantes e médicos porto-riquenhos. O hospital recebe ainda doentes de outros locais, que têm falta de condições. 'Não sei se falhou a água ou a luz, mas eles vieram para aqui. E nós fazemos o melhor possível', diz Marta. Há feridos de todas as idades que chegam a Jimani em carrinhas de caixa aberta. 'Cheguei agora de uma cirurgia de um menino de dois meses. Mas o que mais me impressionou foi um rapaz de quatro anos a quem tivemos que amputar o pé', recorda.

A missão dos estudantes portugueses acaba amanhã. Contudo, Marta Saraiva, João Rocha, Mara Rocha e António Pinheiro, naturais de Rubiães (Paredes de Coura), Mogadouro (Bragança) e Santo Tirso, admitem ficar o tempo que for necessário.

A família de Marta aplaude. 'Eles ofereceram-se logo para ir para o Haiti. Estão lá com o apoio da faculdade e da ONU', explica o pai, David Saraiva, orgulhoso. O grupo lamenta ainda a falta de enfermeiros, numa altura em que o essencial é prestar cuidados básicos aos sobreviventes.

in: Correio da Manhã


1 comentário:

Sonhar Letras Desenhadas disse...

Olá Professor...
Como está? Espero que se encontre bem. Recebi a indicação para vir visitar o blog e fiquei feliz por perceber quem era...
Obrigada pela lembrança, Professor!
Foi muito gratificante mas muito difícil de suportar... tudo é muito maior do que realmente se pensa e vê na comunicação social, por isso, como mesmo disse, há que haver entrega ao próximo.
Obrigada, mais uma vez...
Beijinho muito grande...